Uma das maiores polêmicas do futebol diz respeito ao relacionamento entre jogadores, técnicos e dirigentes. Vez ou outra vemos emergir na mídia casos e notícias de jogadores gênios dentro de campo mas indisciplinados fora dele, fazendo ressurgir o debate. Em meio a tais confusões, sempre aparecem turmas diferentes e opostas pra defender um lado e outro. Para alguns o fato do jogador ser bom não justifica sua indisciplina fora de campo, e pregam que o clube tenha razão nestes casos. No outro lado, analistas defendem que se o jogador é bom e está jogando bem, sua vida pessoal não importa.
Inúmeros casos podem ser analisados para ilustrar e chegar a conclusões diferentes sobre este assunto. No passado vários jogadores viram suas carreiras acabadas por conta de suas extravagâncias fora de campo. Terminaram suas vidas pobres, drogados, alcóolatras ou às vezes nem chegaram à velhice. Mas há também os que continuaram, mesmo com suas extravagâncias e conseguiram se aposentar como grandes ídolos do futebol mundial. Cada caso é um caso, e generalizar a todos seria um equívoco.
Um dos casos mais recentes é o de Ronaldinho Gaúcho. Enfrentando problemas no exterior com seu ex-clube, o atleta optou por voltar a jogar no Brasil para encontrar sua boa forma, e acabou sendo contratado pelo Flamengo. Chegou como ídolo, com toda a pompa necessária. O clube conseguiu um certo desenvolvimento, chegou às semi-finais da taça guanabara, e por pouco não chegou à final. Na Libertadores o fiasco foi maior, desclassificado na primeira fase da competição após exibições bastante irregulares. O clube fazia muitos gols, mas tomava muitos também, e acabou não conseguindo manter uma média para se classificar.
A torcida começou a ficar impaciente, e logo no início do Brasileirão o clube rachou. Com a torcida pegando no pé, a imprensa marcando em cima e um clima tenso no clube, Ronaldinho acabou saindo pela porta dos fundos, assinou com outro clube e deixou pra trás um longo processo judicial entre jogador e clube. As acusações mútuas se repetiam, um culpando o outro pela saída. O clube afirmava que o jogador era indisciplinado, e o jogador afirmando que o clube não ofereceu condições para sua permanência. Quem estará certo?
Não pretendo aqui responder tal questão, mas acho que os fatos falam por si. Basta olharmos como estão cada uma das partes hoje. Ronaldinho foi para o Atlético-MG, atual líder do Brasileirão com uma campanha invejável até aqui. Já o Flamengo, vive uma crise dentro e fora de campo, perdendo jogos atrás de jogos, com seu principal artilheiro há 07 jogos sem marcar gols, tendo amargado duras derrotas na tentativa de contratação de um substituto pra camisa 10 de Ronaldinho e vendo a zona de rebaixamento cada vez mais próxima.
Com os fatos colocados na mesa, podemos não saber quem estava certo ou errado nesta disputa, se Ronaldinho ou a diretoria do Flamengo. Mas analisando os dados atuais, Ronaldinho continua sua vida, está jogando em outro clube e tem chances de ser campeão brasileiro, com ou sem indisciplina. Já o Flamengo, sem o jogador, vive uma crise que não parece ter fim a curto prazo. Se Ronaldinho tinha razão ou não eu não sei, mas talvez seja como dizem: "quem ri por último ri melhor". Basta ver qual torcida está rindo neste momento. E infelizmente não é a nossa.
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