O Porão do Rock pode ser considerado hoje um dos maiores festivais de rock do país, ao lado do Abril Pro Rock e do Goiânia Noise. Este ano o festival chegou ao seu auge, tanto em matéria de estrutura dos shows, escalação das bandas e público presente. Pra começar, este ano o festival foi totalmente gratuito, o que contribuiu e muito para ser sucesso de público. O festival contou com dois palcos, sendo que um deles tinha dois sets de som que se alternavam em cima de um palco giratório.
Pra conferir tudo isto, uma caravana saiu de Goiânia no sábado rumo à Brasília, organizada pelos meus colegas do Under Metal Zine. Além de interagir com o pessoal, fomos assistindo aos DVDs do Slayer, Black Sabbath e Iron Maiden, ou seja, já fomos nos aquecendo para o que viria pela frente. Chegamos à Brasília por volta das 17:30, e a banda argentina El Mato a un Policia Motorizado tocava no palco principal. Sinceramente não me agradou o som dos caras, achei meio devagar, um tanto chato e o vocal me lembrava o daquele cara do Surto, aquela banda que cantava aquela música horrível do "Pirei o Cabeção", lembra? Pelo menos pudemos tirar um sarro da cara dos argentinos, muita gente gritando "Não vão pra Copa hein, hermanos".
No intervalo foi hora de se ambientar e dar uma sacada no local do evento. Grande, espaçoso e bem arejado, o local foi muito bem escolhido. Na lojinha do evento eram vendidas camisetas do festival e das bandas por míseros R$ 20,00, preço bastante em conta a meu ver. Fiquei louco pra comprar uma do Sepultura, do novo CD, que estava muito massa, mas a grana não permitiu. Aproveitei também pra dar uma passeada ali no Shopping Conjunto Nacional e lanchar, o que acabou fazendo com que eu perdesse o show da banda Scania no palco Pílulas. Uma pena, era uma das bandas que eu queria ver.
Quando voltei a banda Cachorro Grande estava começando seu show. Nunca havia visto um show da banda e me surpreendi. Capitaneados por uma espécie de Fabrício Nobre versão gaúcha, a banda animou bastante a galera, principalmente pela performance de seu vocalista, vestido à la AC/DC com um colete e uma boininha, o cara pulava, rodava o microfone, cuspia água, por isso me lembrou o Fabírio Nobre da MQN. Quanto ao som, os caras já contam com um público cativo, que agitou e cantou todas as músicas junto. No meio do show eles pararam de tocar e anunciaram que só iriam voltar a tocar quando a produção arrumasse os retornos. Depois de uns 20 minutos de confusão e muita conversa em cima do palco, durante os quais o vocalista chegou a atirar um copo d'água no palco, voltaram ao show e tocaram mais uma meia hora. Foi um dos sets mais longos da noite, mas bem legal.
Os dois próximos shows confesso que assisti sentado no gramado. Primeiro os paulistas da Ludov, uma espécie de nova Pitty. O som da banda é aquele pop rock com vocal feminino, no estilo de bandas como a já citada Pitty e Luxúria. Não me empolgou muito. A outra foram os candangos do Elffus, que subiram ao palco com um estilo bem, digamos, country, usando chapéus e coletes. O som era um hard rock com letras em português, um som até interessante a meu ver, principalmente na parte instrumental.
O Rock goiano invadiu com tudo o palco do Porão a seguir. A Black Drawing Chalks, uma das bandas de rock mais badaladas do cenário goiano atualmente subiu ao palco e mostrou a força do Rock goiano. Tocando músicas de seu último CD, My Favorite Way, os caras detonaram, tocando uma música atrás da outra. Apesar de alguns probleminhas técnicos no início do show, o som melhorou na segunda música e eles puderam fazer seu show tranquilos. Bom, tranquilo não é bem a palavra, já que um show dos "Black Xoxotas" é uma quebradeira só. Destaque para uma música nova, que estará no terceiro álbum da banda. Acho que esses meninos não fazem mais nada da vida além de compor, tá doido. Acabaram de lançar o 2° disco e já tão pensando no 3°? Isto que é disposição, e espero que continue assim. Apesar de curto, o show foi muito, mas muito bom. Tão de parabéns!
A atração internacional Eagles of Death Metal era a incógnita deste evento. Muita gente não conhecia o som dos caras e vieram mais pra descobrir do que se tratava na hora. Eu já conhecia o som dos caras, pois tenho um CD deles, intitulado Death by Sex. Ao contrário do que o nome sugere, não tem nada de Death Metal no som dos caras. Pelo contrário, é um hard rock com uma forte pegada stoner. Posso dizer que é bem divertido o som deles, e foi um dos motivos que me levaram a ir a este Porão do Rock. Infelizmente nem todos ali pensavam assim, já que durante o show vi muita gente vaiando e gritando o nome do Sepultura ou do Angra. Depois se perguntam porque metaleiro é tão criticado, afinal, normalmente é uma espécie bastante intransigente em relação a som.
Mas vamos ao show. Apesar de já ter quase dez anos de existência, a banda tem uma discografia curta, apenas 3 álbuns de estúdio lançados, e o repertório do show portanto se dividiu entre as 3 fases do grupo. Com um visual bastante curioso, usando grandes bigodes e um óculos redondo à la Ozzy, o vocalista Jesse Hughes foi bastante carismático com o público, elogiando as mulheres brasileiras o tempo todo, e dançando entre uma música e outra. Apesar da maioria do publico não conhecer o som dos caras e de muito metaleiro torcer o nariz, vi muita gente pulando e dançando a cada música (tinha umas meninas atrás de mim que estavam quase tendo um orgasmo a cada música). Pra mim foi um show inesquecível, não é todo dia que temos a oportunidade de ver uma atração internacional como esta por aqui, e ainda mais de graça.
Pela programação, a próxima a tocar seria o Mugo, mas uma alteração devido ao horário (já passava da meia-noite), fez com que o show do Sepultura fosse adiantado, pra alegria de muita gente. Após uma longa espera para a passagem de som, finalmente pudemos ouvir a introdução do novo disco A-Lex, levando a galera à loucura. Show do Sepultura é sempre tenso, e este não foi diferente. Além do lugar ter lotado de repente, a cada música uma nova roda de hardcore se abria ao nosso lado, sem contar o número de gente pulando e caindo pra tudo que é lado. Mas isso que é bom no show dos caras, poder sentir a vibração da galera, é muito bom. O repertório privilegiou músicas mais antigas deles. Troops of Doom, Arise, Refuse/Resist, Dead Embrionic Cells foram os destaques. Entre as mais antigas, tocaram a Escape to the Void, do álbum Schizophrenia, quase desconhecida da galera mais nova. Mas o grande destaque não poderia deixar de ser a música Roots Bloody Roots, que literalmente levantou poeira na frente do palco, parecia que uma neblina marrom tinha descido na capital federal, mas na verdade era a poeira subindo com o tanto que a galera pulou na hora dessa música. Foi realmente emocionante.
Agora sim pudemos contar com o show dos goianos da Mugo, cujo som estava notavelmente mais baixo que o som do Sepultura (ou será o do Sepultura que estava mais alto que o normal?). Depois do show do Sepultura, grande parte do público se dispersou e foi embora, portanto pouca gente ficou para poder ver a banda. Mesmo assim os caras não desanimaram e botaram pra quebrar com seu thrash/death da melhor qualidade, sendo bastante aplaudidos.
Logo depois, mais uma alteração na programação. A banda Angra foi a próxima a se apresentar, com um público um pouco maior. Começaram seu show com a clássica Carry On, emendada com Nova Era. Fizeram um show curto, mas muito bom, tocando músicas de todas as fases da carreira, e até algumas mais raras, como Lisbon, do álbum Fireworks. Entre os destaques, podemos citar Acid Rain, do álbum Rebirth, Nothing to Say, do Holy Land e a belíssima Rebirth, cantada por todos no local. Do álbum novo tivemos The Voice Commanding You, uma das minhas preferidas. Kiko Loureiro e Felipe Andreoli estavam em noite inspirada, com o guitarrista fazendo belos solos. Achei os solos do Rafael Bittencourt meio lentos em relação aos originais, mas mesmo assim a banda toda está de parabéns. O novo batera também segurou bem a onda, o cara é realmente bom.
Logo após este show tivemos que vir embora, pois já eram quase 5 horas da manhã. A última banda a se apresentar foi o Mindflow, sendo que o show da Dynahead ficou para o outro dia, devido ao horário. O saldo final do festival foi absolutamente positivo, apesar dos atrasos e do horário avançado que os shows acabaram. Hora de pegar a estrada de volta a Goiânia, todos cansados mas felizes por terem a certeza de terem presenciado um dos maiores eventos de Rock do nosso país. E vamos nos preparar, pois o Goiânia Noise vem aí. Até lá!
Confira as FOTOS e VÍDEOS do Porão do Rock 2009.
Pra conferir tudo isto, uma caravana saiu de Goiânia no sábado rumo à Brasília, organizada pelos meus colegas do Under Metal Zine. Além de interagir com o pessoal, fomos assistindo aos DVDs do Slayer, Black Sabbath e Iron Maiden, ou seja, já fomos nos aquecendo para o que viria pela frente. Chegamos à Brasília por volta das 17:30, e a banda argentina El Mato a un Policia Motorizado tocava no palco principal. Sinceramente não me agradou o som dos caras, achei meio devagar, um tanto chato e o vocal me lembrava o daquele cara do Surto, aquela banda que cantava aquela música horrível do "Pirei o Cabeção", lembra? Pelo menos pudemos tirar um sarro da cara dos argentinos, muita gente gritando "Não vão pra Copa hein, hermanos".
No intervalo foi hora de se ambientar e dar uma sacada no local do evento. Grande, espaçoso e bem arejado, o local foi muito bem escolhido. Na lojinha do evento eram vendidas camisetas do festival e das bandas por míseros R$ 20,00, preço bastante em conta a meu ver. Fiquei louco pra comprar uma do Sepultura, do novo CD, que estava muito massa, mas a grana não permitiu. Aproveitei também pra dar uma passeada ali no Shopping Conjunto Nacional e lanchar, o que acabou fazendo com que eu perdesse o show da banda Scania no palco Pílulas. Uma pena, era uma das bandas que eu queria ver.
Quando voltei a banda Cachorro Grande estava começando seu show. Nunca havia visto um show da banda e me surpreendi. Capitaneados por uma espécie de Fabrício Nobre versão gaúcha, a banda animou bastante a galera, principalmente pela performance de seu vocalista, vestido à la AC/DC com um colete e uma boininha, o cara pulava, rodava o microfone, cuspia água, por isso me lembrou o Fabírio Nobre da MQN. Quanto ao som, os caras já contam com um público cativo, que agitou e cantou todas as músicas junto. No meio do show eles pararam de tocar e anunciaram que só iriam voltar a tocar quando a produção arrumasse os retornos. Depois de uns 20 minutos de confusão e muita conversa em cima do palco, durante os quais o vocalista chegou a atirar um copo d'água no palco, voltaram ao show e tocaram mais uma meia hora. Foi um dos sets mais longos da noite, mas bem legal.
Os dois próximos shows confesso que assisti sentado no gramado. Primeiro os paulistas da Ludov, uma espécie de nova Pitty. O som da banda é aquele pop rock com vocal feminino, no estilo de bandas como a já citada Pitty e Luxúria. Não me empolgou muito. A outra foram os candangos do Elffus, que subiram ao palco com um estilo bem, digamos, country, usando chapéus e coletes. O som era um hard rock com letras em português, um som até interessante a meu ver, principalmente na parte instrumental.
O Rock goiano invadiu com tudo o palco do Porão a seguir. A Black Drawing Chalks, uma das bandas de rock mais badaladas do cenário goiano atualmente subiu ao palco e mostrou a força do Rock goiano. Tocando músicas de seu último CD, My Favorite Way, os caras detonaram, tocando uma música atrás da outra. Apesar de alguns probleminhas técnicos no início do show, o som melhorou na segunda música e eles puderam fazer seu show tranquilos. Bom, tranquilo não é bem a palavra, já que um show dos "Black Xoxotas" é uma quebradeira só. Destaque para uma música nova, que estará no terceiro álbum da banda. Acho que esses meninos não fazem mais nada da vida além de compor, tá doido. Acabaram de lançar o 2° disco e já tão pensando no 3°? Isto que é disposição, e espero que continue assim. Apesar de curto, o show foi muito, mas muito bom. Tão de parabéns!
A atração internacional Eagles of Death Metal era a incógnita deste evento. Muita gente não conhecia o som dos caras e vieram mais pra descobrir do que se tratava na hora. Eu já conhecia o som dos caras, pois tenho um CD deles, intitulado Death by Sex. Ao contrário do que o nome sugere, não tem nada de Death Metal no som dos caras. Pelo contrário, é um hard rock com uma forte pegada stoner. Posso dizer que é bem divertido o som deles, e foi um dos motivos que me levaram a ir a este Porão do Rock. Infelizmente nem todos ali pensavam assim, já que durante o show vi muita gente vaiando e gritando o nome do Sepultura ou do Angra. Depois se perguntam porque metaleiro é tão criticado, afinal, normalmente é uma espécie bastante intransigente em relação a som.
Mas vamos ao show. Apesar de já ter quase dez anos de existência, a banda tem uma discografia curta, apenas 3 álbuns de estúdio lançados, e o repertório do show portanto se dividiu entre as 3 fases do grupo. Com um visual bastante curioso, usando grandes bigodes e um óculos redondo à la Ozzy, o vocalista Jesse Hughes foi bastante carismático com o público, elogiando as mulheres brasileiras o tempo todo, e dançando entre uma música e outra. Apesar da maioria do publico não conhecer o som dos caras e de muito metaleiro torcer o nariz, vi muita gente pulando e dançando a cada música (tinha umas meninas atrás de mim que estavam quase tendo um orgasmo a cada música). Pra mim foi um show inesquecível, não é todo dia que temos a oportunidade de ver uma atração internacional como esta por aqui, e ainda mais de graça.
Pela programação, a próxima a tocar seria o Mugo, mas uma alteração devido ao horário (já passava da meia-noite), fez com que o show do Sepultura fosse adiantado, pra alegria de muita gente. Após uma longa espera para a passagem de som, finalmente pudemos ouvir a introdução do novo disco A-Lex, levando a galera à loucura. Show do Sepultura é sempre tenso, e este não foi diferente. Além do lugar ter lotado de repente, a cada música uma nova roda de hardcore se abria ao nosso lado, sem contar o número de gente pulando e caindo pra tudo que é lado. Mas isso que é bom no show dos caras, poder sentir a vibração da galera, é muito bom. O repertório privilegiou músicas mais antigas deles. Troops of Doom, Arise, Refuse/Resist, Dead Embrionic Cells foram os destaques. Entre as mais antigas, tocaram a Escape to the Void, do álbum Schizophrenia, quase desconhecida da galera mais nova. Mas o grande destaque não poderia deixar de ser a música Roots Bloody Roots, que literalmente levantou poeira na frente do palco, parecia que uma neblina marrom tinha descido na capital federal, mas na verdade era a poeira subindo com o tanto que a galera pulou na hora dessa música. Foi realmente emocionante.
Agora sim pudemos contar com o show dos goianos da Mugo, cujo som estava notavelmente mais baixo que o som do Sepultura (ou será o do Sepultura que estava mais alto que o normal?). Depois do show do Sepultura, grande parte do público se dispersou e foi embora, portanto pouca gente ficou para poder ver a banda. Mesmo assim os caras não desanimaram e botaram pra quebrar com seu thrash/death da melhor qualidade, sendo bastante aplaudidos.
Logo depois, mais uma alteração na programação. A banda Angra foi a próxima a se apresentar, com um público um pouco maior. Começaram seu show com a clássica Carry On, emendada com Nova Era. Fizeram um show curto, mas muito bom, tocando músicas de todas as fases da carreira, e até algumas mais raras, como Lisbon, do álbum Fireworks. Entre os destaques, podemos citar Acid Rain, do álbum Rebirth, Nothing to Say, do Holy Land e a belíssima Rebirth, cantada por todos no local. Do álbum novo tivemos The Voice Commanding You, uma das minhas preferidas. Kiko Loureiro e Felipe Andreoli estavam em noite inspirada, com o guitarrista fazendo belos solos. Achei os solos do Rafael Bittencourt meio lentos em relação aos originais, mas mesmo assim a banda toda está de parabéns. O novo batera também segurou bem a onda, o cara é realmente bom.
Logo após este show tivemos que vir embora, pois já eram quase 5 horas da manhã. A última banda a se apresentar foi o Mindflow, sendo que o show da Dynahead ficou para o outro dia, devido ao horário. O saldo final do festival foi absolutamente positivo, apesar dos atrasos e do horário avançado que os shows acabaram. Hora de pegar a estrada de volta a Goiânia, todos cansados mas felizes por terem a certeza de terem presenciado um dos maiores eventos de Rock do nosso país. E vamos nos preparar, pois o Goiânia Noise vem aí. Até lá!
Confira as FOTOS e VÍDEOS do Porão do Rock 2009.