Dezenas de filmes já trataram da natureza humana. Mas creio que nenhum o fez de forma tão poética, genial e bela quanto Dogville. Trata-se de um filme incômodo, curioso e diferente, e exatamente por isto nos deixa presos todo o tempo. A pacata cidade de Dogville, perdida no mundo, distante de tudo e todos serve como cenário onde se desenrolará o drama da jovem Grace, que chega até a cidade fugindo de Gângsters. Para conseguir abrigo, Grace se dispõem a trabalhar para os habitantes da cidade, que no começo se mostram reticentes, mas aos poucos vão se habituando a sua presença e sua ajuda.
Mas logo a cidade começa a mostrar seus dentes e a exigir de Grace mais do que ela imaginava. Aos poucos as pessoas vão mostrando a ela como realmente são, e Grace irá descobrir da pior forma que Dogville não tem este nome a toa. Ao mesmo tempo, Grace tem que lidar com sua própria forma de enxergar o mundo, acostumada a tolerar e perdoar as fraquezas humanas, ela se recusa a condenar os habitantes da cidade pelo mal que causam a ela, atribuindo suas atitudes à sua situação de inferioridade moral.
No final, ela se depara com este dilema, e tem de decidir entre perdoá-los ou condená-los. Com um enredo cheio de surpresas e uma história fascinante, dividida em 9 capítulos e um prólogo, Dogville mais parece um livro filmado. Tudo isto se passa em cima de um palco de teatro, onde as paredes das casas não passam de riscos no chão, assim como as portas, imaginariamente abertas pelas personagens. Este pobre cenário permite a quem assiste ter uma percepção diferente da cidade, e consegue passar a monotonia do lugar. A falta de paredes pode ser encarada como uma crítica à hipocrisia e indiferença das pessoas quanto ao que acontece a sua volta, onde mesmo com todos sabendo das coisas erradas que acontecem, ninguém diz nada a respeito.
No fim, Dogville não é uma cidade imaginária. Existe uma Dogville dentro de cada um de nós, e as atitudes ali mostradas não passam de uma forma de denunciar a fragilidade de nossa natureza humana. No fim, somos apenas isto, humanos. E ninguém poderá nos condenar por isto. Apenas nós mesmos...
Mas logo a cidade começa a mostrar seus dentes e a exigir de Grace mais do que ela imaginava. Aos poucos as pessoas vão mostrando a ela como realmente são, e Grace irá descobrir da pior forma que Dogville não tem este nome a toa. Ao mesmo tempo, Grace tem que lidar com sua própria forma de enxergar o mundo, acostumada a tolerar e perdoar as fraquezas humanas, ela se recusa a condenar os habitantes da cidade pelo mal que causam a ela, atribuindo suas atitudes à sua situação de inferioridade moral.
No final, ela se depara com este dilema, e tem de decidir entre perdoá-los ou condená-los. Com um enredo cheio de surpresas e uma história fascinante, dividida em 9 capítulos e um prólogo, Dogville mais parece um livro filmado. Tudo isto se passa em cima de um palco de teatro, onde as paredes das casas não passam de riscos no chão, assim como as portas, imaginariamente abertas pelas personagens. Este pobre cenário permite a quem assiste ter uma percepção diferente da cidade, e consegue passar a monotonia do lugar. A falta de paredes pode ser encarada como uma crítica à hipocrisia e indiferença das pessoas quanto ao que acontece a sua volta, onde mesmo com todos sabendo das coisas erradas que acontecem, ninguém diz nada a respeito.
No fim, Dogville não é uma cidade imaginária. Existe uma Dogville dentro de cada um de nós, e as atitudes ali mostradas não passam de uma forma de denunciar a fragilidade de nossa natureza humana. No fim, somos apenas isto, humanos. E ninguém poderá nos condenar por isto. Apenas nós mesmos...