Lars Von Trier sempre foi um cara polêmico. Mas sempre fez bons filmes também. Sua mais recente obra foi, talvez, a mais ousada. Um filme sobre uma mulher viciada em sexo e com cenas de sexo explícito. Isto é Ninfomaníaca. Pra piorar, o filme teria 5 horas de duração. Seria dividido em 3 partes. Por pressões da produtora, acabou ficando apenas em duas. E com muitas cenas cortadas. Mesmo assim, Ninfomaníaca é um relato libertário.
Na primeira parte, Von Trier nos traz a infância e adolescência de Joe. Sua sexualidade exacerbada aflora logo nos primeiros anos, e ele deixa isto bem claro na narrativa. Já adulta, Joe irá viver toda sorte de aventuras sexuais. Incomum e fora dos padrões, ela busca apenas saciar seu apetite sexual sem se preocupar com as consequências de seus atos.
No volume 2, a narrativa ganha contornos mais panfletários. O diretor já mostra uma personagem madura, que é capaz de lidar com sua sexualidade e até mesmo defendê-la frente à moralidade reinante na sociedade. Os últimos diálogos dos personagens principais nos remetem a isto: uma mulher que busca se afirmar. A comparação com a sexualidade masculina é bem didática neste sentido. Seligman diz a ela que, se fosse um homem que tivesse levado a vida que ela levou, não haveria problemas. Mas como é uma mulher, a sociedade tende a crucificá-la. O discurso feminista fica latente na obra a partir destas falas. E Von Trier nos brinda ainda com uma das cenas mais emblemáticas da trama: a de Joe em um grupo para mulheres viciadas em sexo. O tratamento da sexualidade exacerbada feminina como se fosse uma doença é brilhantemente rechaçado por Joe em um discurso bastante agressivo e emblemático.
O diretor promove uma desconstrução dos papéis de gênero atribuídos a homens e mulheres, relativos à sexualidade, uma das premissas básicas do feminismo. Nossa sociedade se acostumou a atribuir sempre os mesmos papéis sociais aos gêneros, e a naturalizá-los, como se nosso comportamento tivesse que ser sempre da mesma maneira, definido por uma "ordem natural" ou, muitas vezes, "divina". Homens gozam do privilégio de poderem exercer sua sexualidade da maneira que quiserem, enquanto as mulheres são educadas para serem comedidas, treinadas para a maternidade e uma sexualidade controlada ou mesmo, uma castidade. Sempre que uma mulher age diferente deste padrão estabelecido, sofre as consequências sendo taxada pelos mais diversos termos e nomes negativos e pejorativos. O filme desconstrói e questiona este padrão estabelecido, mostrando-nos a história de uma mulher que assume sua sexualidade e a exerce de forma livre, mantendo relações com vários parceiros diferentes.
No volume 2, a narrativa ganha contornos mais panfletários. O diretor já mostra uma personagem madura, que é capaz de lidar com sua sexualidade e até mesmo defendê-la frente à moralidade reinante na sociedade. Os últimos diálogos dos personagens principais nos remetem a isto: uma mulher que busca se afirmar. A comparação com a sexualidade masculina é bem didática neste sentido. Seligman diz a ela que, se fosse um homem que tivesse levado a vida que ela levou, não haveria problemas. Mas como é uma mulher, a sociedade tende a crucificá-la. O discurso feminista fica latente na obra a partir destas falas. E Von Trier nos brinda ainda com uma das cenas mais emblemáticas da trama: a de Joe em um grupo para mulheres viciadas em sexo. O tratamento da sexualidade exacerbada feminina como se fosse uma doença é brilhantemente rechaçado por Joe em um discurso bastante agressivo e emblemático.
O diretor promove uma desconstrução dos papéis de gênero atribuídos a homens e mulheres, relativos à sexualidade, uma das premissas básicas do feminismo. Nossa sociedade se acostumou a atribuir sempre os mesmos papéis sociais aos gêneros, e a naturalizá-los, como se nosso comportamento tivesse que ser sempre da mesma maneira, definido por uma "ordem natural" ou, muitas vezes, "divina". Homens gozam do privilégio de poderem exercer sua sexualidade da maneira que quiserem, enquanto as mulheres são educadas para serem comedidas, treinadas para a maternidade e uma sexualidade controlada ou mesmo, uma castidade. Sempre que uma mulher age diferente deste padrão estabelecido, sofre as consequências sendo taxada pelos mais diversos termos e nomes negativos e pejorativos. O filme desconstrói e questiona este padrão estabelecido, mostrando-nos a história de uma mulher que assume sua sexualidade e a exerce de forma livre, mantendo relações com vários parceiros diferentes.
Assim o relato feminista de Lars Von Trier está completo. O diretor mais uma vez consegue fazer uma obra crítica, recheada de um cunho sexual, mas ao mesmo tempo com diversas referências a obras musicais eruditas, obras de arte e religião sacra e temas medievais, como fez com O Anticristo. Ninfomaníaca se consolida como uma das principais obras do diretor, superando sua obra mais recente, Melancolia, e firma Lars Von Trier como um dos mais controversos e cultuados diretores da atualidade.
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