3 de abr. de 2011

Os Filmes Mais Estranhos do Cinema

Você gosta de filmes estranhos, insanos, malucos, daqueles que a maioria das pessoas saem do cinema na metade do filme, xingando e maldizendo a hora em que resolveram gastar seu dinheiro no ingresso para aquele filme? Pois aqui é o lugar certo para você. A partir de agora apresento-lhes uma lista com os filmes mais insanos e estranhos jamais feitos, seja pela narrativa rebuscada, pelos cenários e efeitos insanos ou pela própria idéia absurda do filme mesmo. Então vamos a ela.


1° - Começamos com um dos roteiristas mais insanos que o cinema já viu. Se vir o nome de Charlie Kaufman envolvido no filme, pode apostar que lá vem loucura. Se acham que estou exagerando, imagine a cena: um dia, você vai trabalhar numa empresa, e descobre que por atrás de um armário em seu escritório, se esconde uma porta que o leva diretamente para dentro de, pasmem, John Malkovich. Não consegue imaginar? Pois Charlie Kaufman conseguiu, e Spike Jonze conseguiu levar esta idéia às telonas, dando origem ao filme Quero ser John Malkovich, estrelado por John Cusack e com uma atuação estranhíssima de Cameron Diaz.



2° - E o tino para histórias estranhas de Kaufman não para por ai. Seu mais recente filme foi o fantástico Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, estrelado por Jim Carrey e Kate Winslet. O filme conta a história do casal Joel e Clementine, que após se cansarem das brigas e desentendimentos de seu namoro, resolvem procurar uma firma e apagar um ao outro de sua memória. O filme é uma viagem pela mente e lembranças de Joel, que se arrepende, e enquanto seu corpo permanece inconsciente, tenta de todas as maneiras parar o processo e salvar pelo menos uma lembrança de sua amada. Um filme altamente filosófico, e que mostra que o amor, mesmo com todos os seus problemas, vale a pena.



3° - Em O Homem Duplo, filme escrito e dirigido por Richard Linklater, baseado no romance de Phillip K. Dick, conta a história de Bob Arctor (Keanu Reeves), um policial que trabalha disfarçado investigando um suposto grupo de traficantes. O filme se passa num futuro próximo, onde tudo é monitorado, e os policiais, para preservarem sua intimidade e sua vida, em serviço usam um disfarce desenvolvido que os torna irreconhecíveis. O uniforme é como uma roupa-camaleão, que fica mudando de forma e projetando imagens de inifinitas pessoas diferentes. Como se não bastasse, a forma como o filme foi gravado o torna ainda mais louco e psicodélico: primeiramente gravado com os atores e posteriormente todo coberto por animação gráfica. O resultado final é parecido com um anime, algo muito louco.



4° - Falando em aparência louca, o escritor e diretor Darren Aronofsky nos brinda com o insano Pi, filme todo gravado em preto e branco, e que traz á tona uma história de paranóia, matemática e ficção científica. Tudo gira em torno do número Pi, e quando Max (Sean Gullete) constroi um supercomputador capaz de desvendar o número, ele passa a ser perseguido por interessados em utilizar a descoberta para lucrar na bolsa de valores e por fanáticos religiosos que acreditam que o número seja capaz de lhes revelar a face de Deus. Max então mergulhará em um mundo totalmente estranho, onde realidade e ilusão se misturam, em um estranho jogo de fé e razão.



5° - Outro filme que brinca com realidade e ilusão é A Passagem, filme do diretor Marc Forster, que conta com as brilhantes atuações de Ryan Gosling, Ewan McGregor e a belíssima Naomi Watts. Tudo acontece quando o psicólogo Sam Foster (McGregor) é procurado por um estranho jovem chamado Henry Lethan (Gosling), dizendo que em breve cometerá suicidio. Sam então começa a ivestigar o rapaz e tentar salvá-lo, entrando no estranho mundo do rapaz, e logo toda sua vida começa a desmoronar num estranho jogo onde nada é o que parece. É um fime tenso, que temos que prestar atenção em cada detalhe para não perdermos a meada, especialmente no desfecho.



6° - Na mesma linha temos o excelente Cidade dos Sonhos, de David Lynch. Lynch não é o tipo de cara que nos entrega tudo de mãos beijadas. Ele faz com que o telespectador tenha que se atentar para todos os detalhes, mesmo os mais aparentemente insignificante, para entendermos o que realmente está acontecendo. Assistir a alguns filmes do diretor é uma verdadeira aula, é um treinamento de nosso modo de ver as coisas. Estamos tão acostumados com os filmes do padrão hollywoodyano, aqueles que deixam tudo explicadinho, em que não precisamos pensar para entender, mas tudo já vem pronto, que ao nos depararmos com filmes como este, acabamos não conseguindo admirar sua proposta. É preciso ir além do lugar-comum, é preciso nos superarmos, focar nosso olhar para além do que estamos habituados, e só assim desvendarmos o que está por trás das cenas aparentemente sem sentido do filme. Este é o grande mérito de Lynch, e só por isto ele deve ser lembrado: pela sua ousadia. O resto é um mero jogo de espelhos: não passam de ilusões.




7º David Lynch não é um diretor fácil. Poderíamos colocar aqui nesta lista todos os filmes do diretor, que com certeza ganham de longe em matéria de estranheza. Mas resolvemos colocar apenas sua obra-prima da estranheza, seu primeiro filme Eraserhead. O filme tem um clima dos mais sinistros. Imagens surreais, personagens pra lá de estranhos e uma história, bem, digamos, um tanto ininteligível. Não dá pra entender muito bem o que Lynch pretende com esse filme. Só o que podemos dizer é que ele incomoda. Talvez não haja muita coisa pra entender mesmo, muitos dizem que o cinema de Lynch é mais estético. Talvez esta seja a explicação pra tanta estranheza. Não entendeu nada do que eu escrevi? É exatamente assim que irá se sentir depois deste filme. Só vendo pra saber!



8° - É possível fazer um filme com apenas um cenário e 6 atores? Em O Cubo, o roteirista e diretor canadense Vicenzo Natali provou que sim. O filme conta a história de seis pessoas totalmente estranhas entre si, que de repente acordam dentro de um enorme cubo. Aos poucos elas vão descobrindo passagens em suas extremidades que levam a outras salas idênticas, e o pior: cheias de armadilhas. Elas terão então que juntar esforços para descobrir um meio de sair deste enorme labirinto. Um filme simples, mas que traz uma reflexão sobre o sentido da vida, sobre a natureza humana e sobre a existência de Deus. Um ótimo filme de suspense e com uma boa dose de filosofia.



9° - Polêmico, agressivo, chocante, estranho, incômodo, enojante, violento, revoltante, impactante. Estas são apenas algumas definições para o filme do diretor francês Gaspar Noé, Irreversível. O filme causou polêmica por onde passou, revoltando a muitos que o assistiam. A causa de tanto alvoroço? Uma das mais bem feitas e chocantes cenas de estupro da história do cinema. A cena tem 12 minutos de duração, sem cortes de câmera, e é de uma realidade impressionante (e chocante), aliás como todo o restante do filme, que ainda conta com uma cena de violência exacerbada, onde a cabeça de um homem é vilentamente massacrada com um extintor de incêndio. Além disto o filme é todo narrado de trás pra frente (lembrando o clássico Amnésia), e possui uma câmera nervosa, que treme e roda nos momentos de maior tensão, causando uma sensação de incômodo e desconforto no telespectador. Ao final, saimos do cinema transtornados e com as fortíssimas cenas ainda em mente. Com tudo isto, este filme é uma verdadeira aula de cinema, mas é pra quem tem estômago forte.



10° - O décimo lugar tem um nome bastante familiar a nós. Mas as semelhanças de Brazil - O Filme com nosso país param no nome. O filme do roteirista e diretor Terry Gilliam se passa em um futuro distante, em meio a inúmeros avanços tecnológicos, e no qual o governo tenta controlar a todos através de um Estado totalitário, cercado por computadores e pela burocracia. Mas um dia um erro no sistema leva o funcionário Sam Lowry (Jonathan Pryce) a se envolver com a terrorista Jill (Kim Greist), tendo que correr para salvar a vida de ambos. O mais estranho deste filme é que ele apresenta uma sociedade totalmente caótica e exagerada. Gilliam capricha nas cores e nos objetos estranhos para fazer uma crítica sutil à modernidade, aos avanços tecnológicos e à consequente desumanização que eles podem causar. Resultado: um filme completamente psicodélico e estranho.



11° - Pra fechar, um dos clássicos do cinema mundial, sucesso de crítica e público. Assim é Dogville, filme que faz sucesso por onde passa. Levando o glamour e as técnicas do teatro para o cinema, este excelente filme do diretor dinamarquês Lars Von Trier. O grande lance do filme são os cenários. Ao invés dos comuns cenários de filmes hollywoodyanos, o que vemos em Dogville é um toque minimalista: simplesmente não há cenários. Tudo o que vemos em cena são apenas riscos no chão e placas indicativas, pra tudo: as ruas, as paredes das casas, as árvores. O filme se passa na fictícia cidade de Dogville, que vê sua rotina quebrada pela chegada de uma estranha. Logo todos passam a se acostumar à sua presença, mas Grace (Nikole Kidman) logo descobrirá que para ficar no lugar, terá que pagar um preço mais alto do que imaginara. O filme ganhou uma sequência no mesmo estilo, o filme Manderlay, estrelado pela jovem e bela Bryce Dallas Howard.

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