19 de abr. de 2011

Humano Demasiado Humano

"Entendamo-nos bem. não ponho eu mira
na posse do que o mundo alcunha gozos.
O que preciso e quero é atordoar-me.
Quero a embriaguez de incomportáveis dores,
A volúpia do ódio, o arroubamento das sumas aflições. 
Estou curado das sedes do saber;
De ora em diante às dores todas escancaro est'alma.
As sensações da espécie humana em peso,
quero-as eu dentro de mim;
seus bens, seus males mais atrozes, mais íntimos,
se entranhem aqui onde à vontade a mente minha os abrace, os tateie; 
Assim me torno eu próprio a humanidade;
e se ela ao cabo perdida for, me perderei com ela."

(Goethe - Fausto, 1765-75)

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