7 de set. de 2011

Os Rockers Também Amam


Quem tem ido ao Martim Cererê nos últimos meses tem se deparado com uma realidade um tanto quanto inusitada. Em meio aos shows predominantemente de rock e suas vertentes, vez ou outra encontramos uma nova sonoridade, um novo estilo, que vem conquistando cada vez mais adeptos e leva cada vez mais pessoas a estes festivais. Com seu estilo assumidamente e propositalmente brega, a Banda UÓ tem feito roqueiros os mais conservadores perderem a linha e dançarem até o chão em seus shows.

Pra quem não sabe do que estou falando, trata-se de uma banda do que eles mesmo denominam de eletrobrega, ritmo que mistura uma espécie de forró do Pará (Calypso e afins), com uso de sintetizadores e batidas eletrônicas. Se isto não lhe diz muita coisa, lembra-se daquela banda que estourou há algum tempo atrás com suas músicas grudentas e uma mulher das mais agudas cantando, o grupo DJavu? Pois trata-se exatamente daquilo. A diferença da Banda UÓ está nas letras debochadas, recheadas de palavrões, na irreverência de seus "músicos" e claro na animação de seus shows. 




Formada por Mateus Carrilho, Davi Sabbag e Mel Gonçalves, a banda vem conquistado cada vez mais público não só em Goiás como em todo o Brasil, e todo festival que eles participam, a maioria de rock, tem seu público garantido. À primeira vista a sensação é de estranheza, afinal, o que uma banda de brega está fazendo em meio a shows de rock? Ainda mais sabendo como o mercado rocker é elitista e muitas vezes até mesmo preconceituoso em relação a outros estilos. Mas logo a onda te pega e você se vê dançando e se divertindo ao som da banda. Diversão, acho que este é o segredo da Banda UÓ, e acaba que todos a vêem como um grande pastiche, uma grande curtição, e então neste momento nos entregamos também a alguns minutos desta curtição. 



Afinal como não curtir músicas como Shake de Amor, O Doce Amargo do Perfume e Foi Você quem Trouxe (esta é minha preferida) e letras como "Eu jamais vou gostar de alguém, vou te amar, meu coração vai doer", que beira o cúmulo da breguice. É hilário! O mais legal da banda é que eles conseguem curtir e brincar com os clichês e estereótipos das músicas românticas, afinal, tem coisa mais brega que o amor? Mas este não é o segredo do sucesso da banda. O segredo, que eu consegui descobrir após dias e meses de uma análise profunda de suas músicas, é que elas simplesmente não saem da nossa cabeça. Grudam como chiclete, e quando menos esperamos estamos nós a cantarolar Banda UÓ no ônibus, no trabalho, na escola. 

Por tudo isto, se você vir o nome Banda UÓ por ai, vá conferir. Esqueça a pose, a vergonha e tudo o mais e apenas se entregue ao eletrobrega. Se não gostar do ritmo, tenho certeza que pelo menos vai se divertir com as letras e a atitude da banda em cima do palco. Se não dançar, pelo menos lhe garanto boas gargalhadas. E afinal, música também é pra isso, não?



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