No cinema por exemplo, diversos são os filmes que discutem a temática. Mas foi na literatura que o tema despertou atenção inicialmente, com as obras de Aldous Huxley, um anti-tecnologia convicto. Em sua obra-prima O Admirável Mundo Novo, Huxley nos mostra um mundo revolucionado pela tecnologia, especialmente a indústria e a genética, cujos avanços criam uma sociedade com valores totalmente distorcidos, pessoas são "fabricadas" em série e uma minoria que detém os conhecimentos controla o restante da população. Huxley foi o primeiro a alertar-nos para o fato de que os avanços tecnológicos podem ser perigosos. E o cara levava isto tão a sério, que nem sequer digitava seus livros na máquina de escrever, trabalho que era feito por sua esposa.
Mas o cinema pós-moderno foi mais longe, e criou futuros caóticos, em que nossa ânsia por sempre nos superarmos, nossa vontade de criarmos máquinas cada vez mais perfeitas e parecidas com nós mesmos acabam se voltando contra nós, como na história de Mary Shelley (Frankenstein) , em que a criatura acaba se voltando contra seu criador. Talvez a primeira máquina a se rebelar contra seus criadores e querer assumir vontade própria nas telonas tenha sido HAL 9000, o computador central que controlava a nave espacial Discovery no filme clássico de Stanley Kubrick 2001: Uma Odisséia no Espaço.
Mas o marco mesmo do cinema de ficção científica, quando o assunto é inteligência artificial foi o filme de Ridley Scott Blade Runner - O Caçador de Andróides. O filme mostra uma sociedade futurista onde máquinas são utilizadas para substituir humanos em trabalhos mais pesados, e acabam gerando problemas, tendo que ser destruidas. Assim surgem os Blade Runners, ou Caçadores de Andróides, responsáveis por destruir os Replicantes (Assim são chamados os Andróides no filme). A partir do momento que um grupo de replicantes luta para garantir sua sobrevivência, entra em jogo uma série de discussões filosóficas a respeito de onde proveriam os sentimentos. Será que um robô pode ser programado para sentir? Ou ele apenas finge, simula reações sentimentais? Pode uma rede neural cibernética simular uma rede neural humana, com sentimentos e interpretações?
Estas são discussões que permeiam outros filmes do gênero, os mais recentes que podemos citar são O Homem Bi-Centenário, Inteligência Artificial e Eu, Robô. Em todos estes há um avanço no sentido de mostrar que os sentimentos são gerados no cérebro, não passam de um conjunto de conexões cerebrais, e portanto, a partir do momento que a tecnologia pode simular estas conexões, gerando a A.I. (Inteligência Artificial), ela pode também, consequentemente, simular sentimentos humanos. O assunto e bastante polêmico, e invade o campo da filosofia, gerando discussões sobre, em caso de uma possível criação da A.I., seria possível que a criação de robôs com sentimentos? Todos estes filmes apostam no caminho do sim.
Uma outra leva de filmes já partem para um caminho mais negro, especialmente para a raça humana. São aqueles que apostam numa possível rebelião das máquinas, o que acabaria gerando uma guerra entre homens e máquinas. Dois clássicos absolutos deste tipo de filme são as trilogias de Matrix e O Exterminador do Futuro. Ambos mostram um futuro caótico, em que as máquinas tomam o poder, e os homens não passam de reféns ou quando muito fugitivos, rebeldes que tentam combatê-las para garantir a sobrevivência dos últimos humanos livres. Poderia ser esta uma consequência de nossa ambição e nossa ideologia do progresso? Pode ser. O fato é que há muito tempo esta idelogia do progresso não é unanimidade. Há muito ela é criticada e é mostrado seu lado mais cruel, como nestes filmes por exemplo. O que acontecerá no futuro não é possível saber. Mas se depender do cinema, é melhor nos prepararmos. A guerra pode estar próxima!.