16 de nov. de 2015

"A demonização do outro": notas sobre o fundamentalismo religioso


O fenômeno do fundamentalismo tem crescido cada vez mais em nossa sociedade. Em um mundo cada vez mais plural e diversificado, a necessidade de se apegar a algo sólido e que dê uma sensação de estabilidade é apontada como uma das principais razões para o crescimento das religiões de cunho fundamentalistas. A extrema liberdade que nos cerca traz junto a ela a falta de certezas e, consequentemente, o vazio existencial. Não é a toa que a depressão é considerada o mal do século.

9 de nov. de 2015

A romantização do passado

Domingo a tarde, família reunida conversando sobre as notícias da semana, não demora pra surgir aquele tradicional "ah, no meu tempo é que era bom". A frase, dita com aquela convicção quase celestial, logo é seguida por todos, que passam a rememorar seu passado idílico, não se esquecendo sempre de compará-lo com "os dias de hoje", taxados com os mais diversos adjetivos pejorativos, como "tempos perdidos" e coisas do tipo. Imagino que não seja só na minha família que haja diálogos deste tipo. A reverberação de tais ideias nos dá mostras de que há um sentimento generalizado e difuso que contrapõe passado e presente em condições desiguais de concorrência. Enquanto o primeiro é valorizado como extremamente positivo, o segundo é retratado como um tempo de perdição e degeneração. Esse pensamento, em tempos de crise, se torna mais comum ainda.

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