23 de nov. de 2010

Headbangers

Pra quem não sabe, Headbanger, ou "batedores de cabeça", numa tradução literal, é um termo utilizado para designar os amantes do gênero musical conhecido como Heavy Metal, por causa do modo como estes costumam curtir as músicas, balançando a cabeça com violência. Amado e odiado por muitos, o certo é que este tipo de música é marcado por uma grande capacidade de atrair as pessoas, seja para louvá-lo, seja para censurá-lo. Para entender um pouco mais sobre este universo cultural, o antropólogo e metaleiro canadense Sam Dunn resolve sair por ai entrevistando várias personalidades do meio ou ligadas a ele. O resultado está no cocumentário Metal - Uma Jornada pelo Mundo do Heavy Metal.

O filme traz entrevistas com grandes nomes como Bruce Dickinson (Iron Maiden), Lemmy Kilmister (Motorhead), Ronnie James Dio e Tonny Iommi (Black Sabbath), considerado por muitos o pai deste gênero musical. O que motiva Dunn é investigar e responder à pergunta: porque o Heavy Metal e seus fãs são tão estereotipados e perseguidos? Para responder a isto, ele aborda temas centrais presentes nas letras e posturas das bandas e músicas, como violência, sexo, religião, drogas, entre outros. Neste sentido, o filme contém muitos méritos, por abordar todas as questões de forma clara e sempre procurando opiniões e informações dentro e fora do mundo metálico. Assim, vamos desde as polêmicas bandas de glam metal e suas fantasias espalhafatosas, até os escândalos envolvendo as bandas de Black Metal da Noruega e as igrejas cristãs locais.

No geral, o cara conseguiu reunir aquelas bandas que de alguma forma fizeram diferença dentro do universo metálico, como Back Sabbath, considerados os pais do gênero, Iron Maiden, a maior banda de metal que já existiu, o Slayer, pela temática satanista, Girlschool, como uma das primeiras bandas só de mulheres, Arch Enemy, como uma das primeiras a ter uma vocalista mulher que usa a técnica de vocal gutural, e assim por diante. No final, o resultado é um documentário bastante variado, que consegue demonstrar como o Heavy Metal é um gênero musical diversificado e eclético, com suas inúmeras subdivisões, e também mostrar sua importância e porque ele é ainda hoje tão amado por jovens e adolescentes do mundo todo, que juntos formam uma grande comunidade.

Como o próprio diretor conclui, o Metal é uma cultura de excluídos, e por isto mesmo ele faz tanto sucesso. Ele possibilita aos seus seguidores a oportunidade de se opor, de se revoltar, de fugir dos padrões, de ser diferente. Talvez seja isto o que há de mais apaixonante em ser metaleiro, e que quem não é nunca entenderá. Os metaleiros se deliciarão por se verem retratados com grande fidelidade nesta obra, e os leigos poderão apreciar um pouco do que se passa na mente de um metaleiro, mesmo que não entendam. Por tudo isto Metal pode ser considerado um filme obrigatório para todos.

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