24 de out. de 2009

This is Sparta!


Este filme é mais um pretenso clássico de filmes épicos. A época histórica retratada desta vez é a Grécia Clássica, mais especificamente a cidade de Esparta, conhecida na história por sua cultura extremamente militar. Tal cultura é mostrada de forma magistral no filme 300, baseado no clássico dos quadrinhos de Frank Miller. A história tem como protagonista o rei Leônidas e seu exército de 300 homens que, sozinhos, enfrentaram os exércitos persas do imperador Xerxes, no filme interpretado por Rodrigo Santoro.


Contam os livros de história que em aproximadamente 480 a.C., o exército de Xerxes chegava às terras gregas para terminar a conquista iniciada por seu pai anos antes, o imperador Dario I. Para evitar a invasão, o rei espartano Leônidas teria encurralado o imenso exército persa, que possuia aproximadamente 100 mil homens, nas Termópilas, um desfiladeiro próximo ao mar, com um exército de apenas 4000 homens, enquanto as outras cidades gregas eram avisadas do ataque. Mas um traidor teria conduzido os exércitos persas por uma passagem por trás do exército espartano, e mesmo encurralado, Leônidas não se rende e resiste até o fim com apenas sua guarda pessoal, um exército de 300 homens.

Tanto no filme quanto nos quadrinhos, a história é recheada de elementos místicos, e mistura ficção com realidade. Aqui os 4000 homens de esparta se reduzem aos 300 melhores guerreiros da cidade. A força e valentia destes guerreiros é supervalorizada, tornando-os guerreiros imbatíveis, destemidos e com uma técnica militar bem superior, que os leva a enfrentar o imenso exército persa, que apesar de ter maior número, não resiste à força e habilidade dos espartanos, e só consegue derrotá-los graças a um traidor que revela-lhes um caminho secreto até os flancos do exército espartano.

O filme consegue resgatar muito bem todo o clima dos quadrinhos, a exemplo de Sin City, e tem como resultado uma belíssima fotografia. A tonalidade cinza, utilizando-se somente de cores frias, dá ao filme um aspecto único, bastante sombrio. As cenas de ação, que permeiam praticamente o filme inteiro, são belíssimas, muito bem filmadas e produzidas. Em algumas cenas de batalha por exemplo, o giro da câmera parece nos colocar dentro da arena, lado a lado com os guerreiros. A concepção dos personagens e demais criaturas que permeiam o filme também não deixa nada a desejar, demonstrando bem a força dos guerreiros espartanos.

A mitologia não deixa de se fazer presente, especialmente percebida no modo como é retratado a figura dos éforos, o conselho de anciãos responsável por aconselhar aos reis espartanos, que realmente existia, e aqui é colocado como velhos repugnantes, estranhas criaturas deformadas e ambiciosas; o próprio deus-rei Xerxes, um gigante coberto de ouro, que não possui um único pêlo no corpo; criaturas como corcundas, bestas e outras; e é claro o exército espartano, mostrado como um grupo guerreiros imbatíveis, implacáveis e invencíveis, conseguindo derrotar um exército cem vezes maior. Tudo isto faz deste um filme de peso, assentado nas imagens e cenas de ação, com muito sangue e corpos por todos os lados, mas assim mesmo um filme belo, incomum e poético.

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