11 de ago. de 2009

II GO Mosh Festival - Torture Squad (SP)

O Heavy Metal têm ganhado cada vez menos espaço em nossa cidade. O espaço para este tipo de música é cada vez mais raro, apesar da cena ter crescido em público e número de bandas. Poucos são os festivais que conseguem manter viva a tradição do Metal em Goiânia. E o GO Mosh é um deles. Organizado pela Hiccup Produções, este festival que chega à sua 2ª edição mostrou que é possível e viável sim manter vivo o cenário metálico de nossa capital.

O local escolhido foi o tradicional Martim Cererê, que recebeu os headbangers para dois dias de muito peso. Infelizmente não pude conferir as bandas de sexta-feira, que teve como atração principal o grupo RAIMUNDOS, mas pelo que ouvi de comentários o dia parece ter sido muito produtivo. No sábado a grande atração ficou por conta dos deathbangers do TORTURE SQUAD, diretamente da capital paulista para a capital do cerrado.


Cheguei no local e a banda DEATH SLAM estava quase encerrando seu show. A banda já é praticamente uma lenda dentro do cenário headbanger de Goiás e DF, e conseguiu mostrar porque em cima do palco. Com muita energia e vigor, os caras colocaram todos pra rodar e bater cabeça, como sempre com seu grindcore rápido e agressivo. No intervalo dos shows pude conversar com o vocalista Felipe CDC e com o guitarra da banda Júnior, que também é vocalista e guitarrista de outra grande banda do cenário metálico de Brasília, a FLASHOVER. Conversando sobre as bandas e a cena das duas cidades, ambos me contaram que em Brasília também a coisa não anda nada boa para o rock e metal em geral, com poucos espaços para tocar, shows sendo cancelados por falta de público e coisas do tipo. Fiquei pensando se não seria hora de começarmos a pensar em unir esforços para reviver esta cena que já foi tão forte no passado.


Um dos destaques deste festival é que ele se utilizava dos dois teatros do Martim intercaladamente, assim mal terminava um show de um lado, já começava outra banda do outro. Assim mesmo com o grande número de bandas, o festival não terminou tão tarde, e o público não ficava tanto tempo esperando, o que foi ótimo. A próxima a se apresentar foi a DEVICE, banda que faz um Death Metal tradicional e bastante correto. Apesar da sonoridade não estar muito boa no início, logo eles conseguiram se acertar e fizeram um show bastante enérgico, conseguindo ótimos resultados junto ao público. O som da banda lembra muito bandas como Morbid Angel, Death, Carcass e outras bandas clássicas do gênero, com riffs cadenciados, mesclando vocais guturais mais graves com outras mais rasgados, além de velozes metrancas.


Mal terminaram e mais uma banda de Brasília, desta vez a BRUTO começou seu show no palco do outro teatro. Não conhecia a banda e pude me surpreender com seu som. Mais uma da escola clássica do Death Metal, a banda não deixou por menos, abusando de riffs lentos e candenciados, de uma bateria muito bem trabalhada e passagens bem rápidas, e bons solos de guitarra. Um detalhe interessante desta banda é que um dos guitarristas usava uma camiseta contendo uma frase do grupo Teatro Mágico (Os opostos de distraem, os dispostos se atraem). Bastante eclético o garoto, gostei de ver! O vocalista não se cansava de agradecer e elogiar ao público, que respondia com gritos de "hey, hey, hey" a cada novo riff da banda. Um espetáculo só.


Infelizmente a próxima banda a se apresentar, que seria a NECROPSY ROOM não iria tocar por conta de problemas com seu baterista Kju, que sofreu um acidente de moto. Assim quem entrou em seu lugar foram os goianos da DEADLY CURSE, banda que pratica o que costumamos chamar de Death Metal Melódico, bem na linha de bandas como Soilwork, In Flames, Killswitch Engage, Nightrage, entre outras. Ou seja, riffs rápidos e melódicos, vocal mais rasgado, mesclado com passagens mais lentas de guitarra sem distorção e belos solos de guitarra. Por tudo isto me impressionei bastante com o som desta banda! Em primeiro lugar, a qualidade individual dos músicos: os caras são muito fodas, a dupla de guitarras é impecável, duelando solos e mais solos, além de mandar ver nos riffs, o batera (que, diga-se de passagem, tem uma cara de menino) detonou, mandou muito bem com ótimas viradas, e junto com o baixistas compuseram muito bem a cozinha da banda. Pra fechar, o ótimo trabalho vocal de Thiago que se encaixa perfeitamente no estilo da banda. Por tudo isto posso dizer que esta é a grande promessa do Metal goiano para este ano, e tem tudo pra estourar com suas ótimas composições. Ainda mandaram um cover de Killswitch Engage, com a música Last Serenade, impecável! Guarde este nome, pois você ainda irá ouvir falar muito dele!


Antes da banda principal da noite, tivemos a apresentação dos mineiros do KROW. com seu Death Metal extremo, beirando o Black Metal. O estilo dos riffs rápidos e agressivos, o vocal gutural bem grave e a bateria velocíssima me lembrou muito o Krisiun e o Napalm Death em algumas partes. Ou seja, Death Metal dos mais extremos! Mas foi só um aquecimento, pois o melhor ainda estava por vir. Logo pudemos ouvir a introdução do CD Hellbound no outro teatro, seguida da música Living For the Kill. Era o anúncio de que o TORTURE SQUAD estava de volta à nossa cidade!

Infelizmente eu ainda não conhecia o novo álbum, Hellbound, mas pelas músicas tocadas deu pra sacar que era um puta disco que fazia jus ao nome que o grupo conquistou ao longo dos anos no Brasil. Músicas como a faixa título, Hellbound, e Chaos Corporation desceram como pedradas nos ouvidos dos headbangers goianos, que responderam gritando o nome do grupo, além de abrir rodas e mais rodas de hardcore e dar os tradicionais mosh's, honrando aliás o nome do festival. Não faltaram também as músicas do álbum Pandemonium, na minha opinião um dos discos mais perfeitos já gravados em todo o mundo, especialmente as faixas Towers on Fire, Pandemonium e Horror and Torture, claro. Das mais antigas, destaque para Unholly Spell, talvez o maior clássico do grupo de todos os tempos.

Em cima do palco os caras estavam impecáveis. Agitando o tempo todo, mostrando uma excelente presença de palco, não só de Vitor, mas de toda a banda, que revezavam seus lugares constantemente, e até do batera Amilcar, com solos de batera demoníacos, conseguindo arrancar aplausos e mais aplausos do público. Assim eles mostraram porque são uma das maiores bandas de Death Metal do Brasil (pra mim a melhor!), e que tem potencial para e gás para se manter no topo por muito tempo ainda. Depois do show, eu, Adriano Metal e Murilo pudemos bater um papo com Vitor e Amilcar, que nos receberam atenciosamente nos camarins e foram muito gentis e educados. Entre os assuntos, conversamos sobre a história da banda, a evolução do cenário metálico brasileiro e o contato do grupo com os fãs. A entrevista foi gravada pelo Adriano e em breve estará disponível o Under Metal Zine.


Esta foi uma ótima oportunidade de conhecer um pouco mais deste grupo, além de uma noite de muito metal extremo na veia, como há muito tempo eu não via. A produção do evento está de parabéns pela qualidade, competência e profissionalismo demonstrado, e espero que continuem produzindo ótimos festivais como este em nossa cidade.

Confira as Fotos e Vídeos deste show!

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